segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reunião aprova tombamento do Cemitério Israelita

Abrigo de restos mortais, de belezas de túmulos, esculturas. Onde o silencio e o luto zelam por aqueles que partiram. Abrigo também de histórias, personagens, de uma cultura rica em fatos importantes que o tempo jamais deixará morrer. E realmente não vão. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural da cidade – Condepac deu o pontapé inicial para o tombamento como patrimonio do Cemitério Israelita.
Em uma reunião realizada nesta segunda-feira entre conselheiros do Condepac, a secretária de Cultura e Turismo, Patrícia Campinas, os conselheiros Augusto Muniz Campos (vice-presidente), Maria do Carmo Araújo Amaral (1º Secretária), Rubens Alves de Brito (coord. do órgão Técnico de Apoio) e José Fabiano Madeira com representantes da Associação Chevra Kadisha, responsável pela administração dos cemitérios israelitas em São Paulo, como Roney Cytrynowicz.
Com a aceitação de todos, o Cemitério Israelita será tombado ainda este ano. “É brilhante a idéia de conservar os ‘campos-santos’ como patrimônios culturais, pois reconta a história da imigração judaica, e reconhece o trabalho de preservação feito por nós”, afirmou o vice-presidente da Associação, Rubens Muszkat.
Dentro de seus 800 m quadrados estão 75 sepulturas em granito, onde estão sepultados 20 homens e 55 mulheres. O número maior de mulheres se deve ao fato de que no início do século XX, muitas mulheres judias, conhecidas como “polacas”, deixaram o leste europeu, dominado pelo anti-semitismo buscando melhores condições de vida prometidas com o casamento. Entretanto, não tiveram sorte encontrando dor e sofrimento, pois sofriam exploração sexual . O tempo das lápides também é algo interessante. A mais antiga é de 1924 e a mais recente é de 1966.
Desde 1923, a Associação Chevra Kadisha administra os cemitérios israelitas do estado de São Paulo,assim como de Embu, Vila Mariana e Santana. Em 1996, encontrado abandonado, cheio de imperfeições que o tempo (anos), chuvas, falta de cuidados, entre outros fatores, o Cemiterio Israelita foi restaurado. Um cemitério abandonado deu lugar para um outro cemitério bem diferente, com matzeivot,ou seja, com túmulos consertados, jardins, ruas pavimentadas, um local especial para acender velas, construção de um lavatório, além da colocação de uma placa no portão principal. A reinauguração do cemitério foi feita em 1997.
Segundo presidente do Condepac, Welington Borges, é preciso aguardar a assinatura do decreto pela prefeita Márcia Rosa para que haja o tombamento. A previsão está para agosto. Faz parte do reconhecimento do local como patrimônio cultural. O próximo passo é anexar informações e laudos técnicos que comprovem a importância histórica e cultural do lugar. Feito isso, o documento seguirá para o Executivo. Será implantado o Projeto de Educação Patrimonial, para que o local seja visitado
Cubatão faz sua parte e valoriza a história judaica no Brasil, principalmente a imigração. São poucos os patrimônios históricos judaicos no Brasil. Dois estão situados no Rio de Janeiro: Cemitério de Inhaúmas e o Memorial Judaico, em Vassouras. Outro fica em Recife, o prédio da antiga Sinagoga.





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